segunda-feira, 18 de abril de 2011

Yasunari Kawabata/Escritor e autor de vários clássicos


Prêmio Nobel de 1968, Yasunari Kawabata é considerado um dos representantes máximos da literatura japonesa do século XX. Nascido na cidade de Osaka em 1899 onde eu também passei uma boa parte da minha vida, após uma infância solitária e sofrida, interessou-se pelos clássicos japoneses, que viriam a ser uma de suas grandes inspirações. Kawabata estudou literaatura na Universidade Imperial de Tóquio e foi um dos fundadores da Bungei Jidai, revista literária influenciada pelo movimento modernista ocidental. Acompanhado de jovens escritores, defenderia mais tarde os ideais da corrente neo-sensorialista (Shinkankakuba), que visava uma revolução nas letras japonesas e uma nova estética literária, deixando de lado o realismo em voga no Japão em prol de uma escrita lírica, impressionista, atravessada por imagens nada convencionais.

Ao contrastar o ritmo armônico da natureza e o turbilhão da avalanche sensorial, kawabata forjou insólitas associações e metáforas táteis, visuais e auditivas que surpreendem por revelar os processos de fragilização do ser humano diante do cotidiano, numa composição surrealista de elementos da cultura e filosofia orientais, personagens acuados e cenários inóspitos.

Sua obsessão pelo mundo feminino, sexualidade humana e o tema da morte (presente em sua avida desde cedo, sob a forma da perda sucessiva de todos os seus familiares) renderam-lhe antológicas descrições de encontros sensuais, com toques de fantasia, rememoração, inefabilidade do desejo e tragédia pessoal. Desgastado por excesso de compromissos, doente e deprimido, kawabata suicidou-se em 1972, ano em que eu estava apenas com dois anos de vida.

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